domingo, 11 de novembro de 2007

Feto, um ser cheio de experiências...


Ao longo da estadia no útero, um feto absorve inúmeras sensações, desenvolve competências físicas e psíquicas, interage com a mãe e com o meio exterior. Acredita-se que a qualidade das trocas emocionais com a mãe irá condicionar a sua vida.
Alguns de nós crescemos a ouvir dizer que, quando os bebés nascem, são como folhas em branco. Mas será? E se se dissesse que o feto é um sábio. E quando finalmente chega a hora de nascer, ele transporta, inteira, toda a sua sabedoria para a sua nova realidade.
O que é espantoso, no caso da vida fetal, e das descobertas fascinantes sobre a complexidade da vida de um ser, com um tempo ainda tão curto de inteligência, é verificar a quantidade de coisas que aquele minúsculo pedaço de vida já sabe.
De facto, a aprendizagem, ligada à crescente maturação do sistema nervoso, começa cedo. Nos primeiros meses de desenvolvimento, o feto não tem ainda consciência do seu meio ambiente, mas vai descobrindo, em primeiro lugar, o seu próprio corpo, começando por se mover em todas as direcções e mais tarde fazendo movimentos cada vez mais coordenados.
Mas não se fica por aqui. Toda a vida fetal é um caminho de evolução através do desenvolvimento físico, que se vai aperfeiçoando à medida que o tempo corre. Odores, sabores, sons e imagens entram no universo físico do feto, enquanto ele flutua e cresce.
Sabe-se, desde logo, que dentro do útero o feto regista, sobretudo a partir da 28ª semana, quando o seu sistema auditivo o permite, uma série de ruídos.
Em primeiro lugar, os sons biológicos que se produzem no corpo da mãe, como os barulhos gastro-intestinais, o som da respiração, e as batidas cardíacas. Depois, vêm os sons do exterior, como a voz da mãe, e todos os outros ruídos ambientais.
A partir da 35ª semana, o feto consegue distinguir um som agudo de um grave. Já no final da gravidez, ruídos muito fortes, como a música numa discoteca, têm o efeito de o sobressaltar ou de acelerar o seu ritmo cardíaco.
Ouve também distintamente vozes que falem alto, no seu ambiente mais próximo. De todas, a que melhor ouve é, sem dúvida, a da mãe, porque esta lhe chega directamente, sem ser filtrada pelo ar.
Outros estudos têm também revelado que, nos últimos meses de gestação, o feto sente emanações olfactivas que tem o líquido amniótico* e, eventualmente, que distingue sabores que, mais tarde, segundo alguns estudos, estarão na base das suas preferências pelos alimentos açucarados ou pelos amargos.
Certas experiências constataram, que ao se introduzir no útero de uma mulher grávida uma lâmpada de luz fria, essa iluminação provocava no feto acelerações cardíacas. Experiências mais recentes comprovaram igualmente que ele era sensível à luz do exterior.
Muitas descobertas sobre este misterioso novo ser deve-se a descobertas tão revolucionárias como a ecografia, os ultra-sons, as fotografias e os filmes realizados dentro da barriga das mães, pela introdução de material tecnológico apropriado.

Fonte: Revista Pais e Filhos (2007/08/08)

Reflexão: Gostei muito desta notícia que encontrei. Se alguma vez ouvi, vi ou cheirei ou me mexi durante o meu desenvolvimento embrionário, não me lembro. Mas há muitas coisas que também não me lembro, o que não quer dizer que não existiram, por isso acredito que lá dentro aconteçam coisas pois afinal está la vida. Uma vez ouvi dizer que um bebé antes de nascer tinha uma voz muito bonita e, quando nascia, chorava e o excelente nível da voz perdia-se. Depois apareceram certos exemplos de pessoas que não choraram logo que nasceram, tiveram de ser aspiradas e cantam muito bem. Enfim uma coincidência ou não coincidência engraçada. Talvez o nosso tom de voz tenha a ver com a agressividade do nosso primeiro choro! Não paramos de nos surpreender com os avanços das novas tecnologias, mas o que fica na sombra, que mal se conhece, que não se vê, mas se sente e intui, permite-nos ainda sonhar e fazer conjecturas.

1 comentário:

Anónimo disse...

se essa teoria da voz que falas estiver correcta eu berrei berrei berrei ate dizer chega porque a minha voz..... hihihi


mas tens toda a razao, nao podemos afirmar que nao havia vida se nao nos lembramos. tambem nao nos lembramos de acontecimentos que ocorrerem quando eramos pequenos e no entanto realmente aconteceram porque haviam testemunhas...

gostei, adorei!!