quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Artificialização do genoma!

Uma equipa do Instituto J. Craig Venter, nos EUA, revelou hoje que conseguiu dar mais um passo crucial para criar vida artificial no laboratório. No centro das atenções está uma minúscula bactéria, cujo ADN é formado apenas por um cromossoma. Está no centro das atenções, porque a totalidade do seu património genético acaba de ser quimicamente sintetizada no laboratório. A molécula de ADN da bactéria em questão, “Mycoplasma genitallium” (responsável por uma infecção sexualmente transmitida) é uma cadeia com 582.970 “pares de bases” que entram na composição do ADN.
Os cientistas para seguirem o projecto começaram por fabricar quimicamente uma centena de segmentos do ADN da bactéria com cerca de cinco a sete mil pares de bases; a seguir, juntaram esses segmentos, utilizando a bacteria intestinal “Escherichia coli” (uma estrela dos laboratórios de biotecnologia) e obtiveram segmentos maiores. Por último, utilizando a levedura, juntaram todos esses segmentos numa única molécula com os tais 582.970 pares de bases, criando assim uma cópia perfeita, mas artificial, do genoma de “Mycoplasma genitallium”.Bom... a cópia não é exactamente perfeita. É que os cientistas introduziram deliberadamente duas diferenças no genoma artificial: por um lado, retiraram-lhe um gene, chamado MG408, que é responsável pelo carácter patogénico da “M. Genitallium”. Por outro, inseriram “marcas de água”, isto é, pequenas sequências genéticas sem qualquer efeito, no meio do ADN sintético, para conseguir distingui-lo do seu homólogo natural.
Fontes: Ana Gerschenfeld (24-01-2008)
Reflexão: Bem, a partir desta notícia é de prever que estamos muito próximos de criar vida artificial. Depois de sermos capazes de fabricar um genoma de uma bactéria pode ser possível criar um genoma humano, se bem que a tarefa se vai complicar bastante, não só a nível de capacidade de criar, como também a autorização para tal. O DNA humano tem três mil milhões de pares de bases, enquanto que a bactéria em causa tem apenas 582.970 pares de bases. O que mostra que a artificilização do genoma humano ainda em alguns dias pela frente.

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