Montar um diagrama completo de como o cérebro humano funciona é uma tarefa extensa, principalmente porque este é composto por cerca de 100 bilhões de neurónios* com trilhões de sinapses*. A conectomia divide o cérebro em fatias que são então estudadas e identificadas por diferentes cores que apontam o funcionamento de cada um dos axónios*, terminações nervosas que levam informação de um neurónio a outro.
Tais mapas, quando concluídos, podem auxiliar na detecção do início de desenvolvimento de problemas como autismo* e esquizofrenia*. A tecnologia de Lichtman permite a visualização das células nervosas em aproximadamente 100 cores, que permitem aos cientistas ver para onde cada axónio leva os dados e, assim, compreender como a informação é processada e transferida entre diferentes partes do encéfalo*.
Para criar esta ampla paleta foram testados métodos de engenharia genética em ratos, que receberam múltiplas cópias de genes de três proteínas que são iluminadas em diferentes cores - amarelo, vermelho ou ciano. Os ratos também receberam códigos DNA de uma enzima* que reorganiza aleatoriamente estes genes para que células individuais produzam combinações arbitrárias das proteínas fluorescentes, criando novas cores que foram observadas em microscópio.
Até agora, o grupo de Lichtman usou a tecnologia para mapear as conexões num pequeno pedaço do cerebelo, parte do cérebro que controla o equilíbrio e o movimento. Outros cientistas já demonstraram interesse em usar a tecnologia para estudar conexões neurais na retina, no córtex e no nervo olfativo.